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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Carta de um combatente à sua amada

13 de Fevereiro de 1968.

Querida Marrie,
Escrevo esta carta em uma noite fria, perto da fronteira de Hanói. Ouço apenas os insetos, porque as trincheiras, nesse instante estão em paz.
Ontem perdemos mais quatro companheiros.
Brian tinha apenas dezenove anos e sonhava em ganhar uma medalha de guerra. Garoto esperto, mas que, infelizmente perdeu a vida em uma emboscada. E com ele, mais três se foram.
Fico imaginando os rostos das mães ou mulheres destes homens que não mais voltariam para casa. O que restará deles é apenas uma medalha de honra, enquadrada em uma moldura, dependurada na parede da sala.

Oh, minha querida Marie, não queria relatar fatos tão dolentes, porque não quero que você imagine uma medalha desta enfeitando a casa.
Quero voltar logo para nosso lar e ver Diane nascer. Quero estar ao seu lado quando ela der o primeiro berro. Peço a Deus todos os dias que não me prive desses eventos.
Nas poucas horas de descanso, fico lembrando do seu sorriso, da sua face quando acorda, da sua pele. Fico imaginando como estará sua barriga nesse quarto mês de gravidez. Fico me perguntando se estás se alimentando bem e se não estás fazendo muito esforço.

A Guerra está me transformando. Convivo com o medo e a habilidade de matar, isso acaba tornando-se instintivo. No começo eu sentia remorso, mas agora não, e tenho medo desse ‘estado’ que a Guerra impõe.
Mas, mesmo que apertar o gatilho ou lançar uma granada tornara-se mecânico eu ainda sou o mesmo homem que ama. Ama a mulher mais bela e sensível existente nesse mundo injusto.

Quero que este combate acabe logo. Que conquistemos logo essas terras e assim, eu e os outros soldados voltem para seus lares.
Não quero acabar como o Brian, Jhon, Michael, Steven, Fosten, Dickson e muitos outros. Amo minha pátria, amo você, espero voltar para seus braços com o orgulho de mais uma conquista de todos esses guerreiros patriotas.


De seu eterno amado, Taylor.

4 comentários:

Unknown disse...

Nossa, Dany...
Não consigo deixar de associar isso com os eventos desses dias...
Nunca tive contato com esses que querem falar até aquele meu post. E agora esse seu texto...
Não sei o que pensar direito...

Anônimo disse...

O realismo de suas palavras conseguem mexer com o íntimo de qualquer ignorante.

Parabéns minha pequena!

Amu Tu Tatu..rs

Anônimo disse...

muito bem garota, gostei do seu blog (da mesma forma que vc gostou gostou do meu. ^.^)
Abraços!

Anônimo disse...

pequenaaaaaa

pena q eu to tao assim hoje
=/
q to sem creatividade pra expressar o que eu achei...

te amo