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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Reviravolta.

- O que você está me dizendo?
- Isso mesmo que você ouviu Fábio, eu estou grávida. Não consegue ler não é?
- Peraí, você tá querendo dizer que mesmo tomando aquela porra de remédio todo dia, você conseguiu engravidar? Por que você tava tomando né?
- Lógico, mas é que desde que você perdeu o emprego e nossa vida virou essa bagunça, minha cabeça ficou atordoada e eu acabei esquecendo de tomar uns dois ou três dias, mas eu tomei logo que acordei, achei que não tinha problema e tal.
- Eu não acredito no que tô ouvindo. Mari, você achou que não tinha problema algum?? Agora olha só o problemão que nós temos! Eu sem emprego e você trampando naquela lanchonete da nojenta da Jorjete.
- Gorete.
-Que seja, não importa, quando ela souber que você tá embuchada vai te mandar pro olho da rua.
- Fábio, até ela perceber você terá arrumado algum emprego e eu posso ir fazendo alguma outra coisa pra ajudar a comprar as coisas extras, exames e o que precisar a mais.
- Mari, você vive em que mundo? Deve ser no País da Alice Maravilha.
- Alice no País da Maravilha!
- Essa mesmo. Então, daqui a pouco você encontra um homem de lata e um leão sem coragem pra te dar algumas fraldas.
- Então só faltam as fraldas.
- Isso não teve graça viu dona Mari, vamos ter que nos livrar desse ser aí.
- O que? Fábio, você por acaso está cogitando que eu aborte nosso filho? Estamos aqui tentando achar solução para que eu gere e coloque-o no mundo e você quer que eu retire-o? Você tem noção de quanto é para fazer isso? E lógico, eu jamais faria uma coisa dessa!
- Mari eu sei que esse lance de aborto com médico é caro, mas saca, não tem aquela amiga sua que abortou com umas ervas que ela comprou de um tal índio que vive lá na cidade dela?
- A Bárbara? Quem disse que ela perdeu aquele bebê com ervas do tal índio? Ela só conseguiu depois de comprar um remédio que custa 60 reais cada comprimido, e meu querido, são necessários quatro daqueles.
- Então Mari, pensa, se você retirar esse mês do seu salário esses 200 conto...
- Fábio, são 240 reais.
- Porra tu sabe que não sou bom em matemática. Tá, 240 conto esse mês, só esse mês, imagina na economia nos outros meses com essa criança? Pensa bem amor!

- Ei Mari onde tu vai? Já sei, vai na farmácia né?
- Não Fábio, vou na papelaria comprar uma tabuada e livrinhos de histórias infantis, depois vou passar na banca de revistas e comprarei um jornal pra vê se você consegue um emprego logo e ocupa essa sua mente desocupada.