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domingo, 27 de novembro de 2016

Fuga

Você nunca será bom o suficiente. Você jamais será um exemplo a ser seguido. Por que? Porque você é um merda que rasteja por essa terra povoada por lixos humanos que estão se ferrando pra você ou pro vizinho do lado.

Nojo! Você já sentiu isso? É isso que sinto das pessoas ao meu redor. Nojo das pessoas, da vida, do mundo e até de mim. E isso me faz refletir sobre que grande merda é viver nesse mundo artificial, repleto de insetos humanos que só servem para sugar sua alma.
Mas quem se importa com tudo isso? Afinal de contas, o mundo não vai parar pra me ouvir. As pessoas estão ocupadas demais com suas futilidades.
Eu sou só mais um no meio dessa multidão escrota, que passa despercebido nas ruas da grande cidade, perdido nos meus pensamentos e jogado às mazelas diárias.
Se eu pudesse, eu acabaria com tudo, mas não tenho esse poder, mas posso acabar com um único problema: eu. E você? È capaz de que, pra fugir dessa podridão chamada vida?

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Alice, por Oscar Mendes



Novamente Alice desperta, dessa vez sem ouvir o melódico (e metódico) balançar irritante de chaves do vizinho.
Os remédios a tinham anestesiado, o aumento da dosagem por conta própria parecia ter sido uma boa ideia, mas os berros das insuportáveis crianças fazem-na abrir os olhos.
Estende a mão e apanha um cilindro cancerígeno, único amigo há semanas.
Assim que o acende sua mente inicia o processo vertiginoso de lembranças e conjecturas.
Qual seria o fim daquilo tudo? Valia a pena prosseguir? Até quando suportaria aquele vazio?
Crianças terríveis, insuportáveis, malditas, mal a deixavam pensar.
Mas como seria sua vida, por exemplo, caso tivesse um filho?
Menos vazia? Talvez com algum propósito? Mais responsável?
Por que considerar essa possibilidade se Alice mal cuidava de si mesma?

*Texto escrito por Oscar Mendes especialmente para meu blog

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Um fantasma vivo

Você nunca soube lidar com os meus problemas. Eu, ao contrário, sempre lhe ouvi e ajudei a solucioná-los.
Sempre fui o seu porto seguro por muito e muito tempo, enquanto eu ficava em último plano.
Quantas vezes você virou as costas pra mim quando estava triste ou no fundo do poço? Quantas vezes você chegou a dizer que não sabia lidar com os meus chiliques e que tudo aquilo eram bobeiras. Pra você, eu só era boa companhia se estivesse bem humorada e feliz, caso o contrário, me tornava um ser insuportável.
Você sempre dizia que os meus remédios eram desnecessários e só serviam pra consumir parte da renda mensal, então parei de tomá-los.
Você não notou, mas eu piorei e muito, mas para não ficar ouvindo desaforos de você, eu fazia um constante teatro e quando você não estava presente eu me corroria por dentro. Você estava tão ligado nas suas coisas que nem percebia como eu estava morrendo por dentro.
Comecei a perder interesse por coisas que antes me interessavam e muito: não ia mais ao teatro e nem comprava mais livros, mas e daí, você também não percebeu nada disso.
Depois de uns 03 meses sem remédios comecei a desenvolver síndrome do pânico e fui me alimentando cada vez menos. Comecei a faltar no trabalho, porque tinha pânico de entrar dentro do metrô, mas para que você não descobrisse eu passei a ir de carona com um amigo do meu trabalho. É, eu tive que contar pra ele, e sem pensar duas vezes, ele resolveu me ajudar. Eu fingia ir até a estação de metrô, onde Jean já estava me esperando.
Me alimentar tornou-se muito penoso, era como se essa necessidade desaparece dia após dia, mas você só foi prestar atenção em relação a isso quando eu havia perdido 5 quilos. O que você me recomendou? Que procurasse uma daqueles estimulantes de apetite. Eu apenas sorri, concordando com a cabeça, pois isso era o que eu mais fazia ultimamente.
Eu estava atrofiando, mas continuava fazendo um belo teatro pra você, afinal de contas, não queria mais ouvir que eu era chiliquenta e tinha esses "lances bestas que me tornavam insuportável".
Fui desaparecendo aos poucos e você quando realmente notou, resolveu virar as costas. Você me deixou por "não mais me reconhecer". Lhe implorei pra ficar, mas foi em em vão.
Agora estou só, sem teatros, sem ninguém. Acendo um cigarro enquanto as lágrimas rolam pelo meu rosto. Olho pela janela e o vejo entrando dentro do táxi. O dia está nublado, está fechado, assim como estou por dentro.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Percas


Os dias nunca são iguais e talvez isso seja o mais dolorido dos fins de noite. Essa montanha russa que jamais tem fim. A vontade de descer é agoniante, mas como saltar dessa imensidão, é muito alto, é muito rápido. 
Vivo dias de poucos sorrisos e inúmeros dias de tristeza e pesar. Sinto como se uma tonelada tivesse em minhas costas, me empurrando constantemente para baixo. O sorriso desaparece e alma fica pesada. As lágrimas banham meu rosto com um simples comercial de refrigerante. A vontade de ver o mundo lá fora desaparece e a vontade do "nada" toma conta das minhas 20 horas acordada. 
Dormir parece ser a única opção para que todo esse sofrimento passe despercebido, mas as horas "desligadas" estão cada vez menores, fazendo com o desespero tome conta do meu ser. Às vezes procuro drogas mais fortes, que nunca são capazes de me levar ao paraíso. 
Sinto-me só e então fico me indagando se a culpa é minha. Será que fui eu que criei esse mundo vazio? Será que fui eu que expulsei todos ao meu redor? Ou será que eu que sou intragável? A única resposta que tenho é a solidão. 
Passo os dias fechada em meu mundo, sem nada e nem ninguém. Queria gritar o que sinto e às vezes pedir ajuda, mas nunca tem ninguém. Tento me controlar à tempos, mas até quando irei suportar? Quero que arranquem isso de mim. Quero paz. Quero viver, nem que pra isso, eu precise morrer.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Again...

A loucura é algo que nunca desaparece de vez da sua vida. É como um trauma, você o trata, ameniza, passa até a conviver bem com ele, mas vez ou outra ele te dá um soco em sua mente e faz seu mundar girar novamente.
Pensamentos repetitivos, vozes que surgem dentro do seu cerebro, remédios, pensamentos suicidias, mania de perseguição, pensamentos destrutivos, ódio, angústia, isolamento, médicos, psicólogos, psicoterapeutas, internações e muita gente louca ao redor.
Seu mundo normal desaparece e você se vê preso em um mundo obscuro e sujo, lotado de ratos em forma de pessoas que parecem não te entender. Você se sente sozinho, as vezes com frio outras vezes com calor.
O tempo nesse mundo passa tão devagar enquanto você está lúcido que parece que alguém apertou a tecla "camera lenta". Daí entra a contradição: é melhor ficar lúcido e lento ou dopado e não ver o tempo passar?
Alternativas que no fim não fazem muita diferença, porque enquanto você está acordado você vive um pesadelo e enqunato você está dormindo eles estão cometendo um pesadelo com você.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O ódio de amar

Obrigada por chegar de mansinho e bagunçar minha vida. Falar o que eu precisava ouvir naquela tarde de inverno; eu com meu cachecol e o vento bagunçando meu cabelo, você com sua blusa surrada de moletom e um cigarro na mão direita. Eu contando sobre os dias difíceis e as conquistas de noites sozinhas e você lamentando pela prova mal sucedida da semana anterior. Tudo normal até eu ouvir um “calma, vai ficar tudo bem” seguido de um abraço. O mundo naquele instante parece ter parado e meu coração acelerado. Alguns segundos que transformaram-se em minutos, os melhores de muitos dias, os mais aconchegantes dos últimos meses.
Hoje eu odeio esses segundos-minutos. Odeio a forma como você meche no meu cabelo e do jeito que olha intensamente no fundo dos meus olhos. Odeio quando você me liga somente pra te tirar de suas encrencas e quando me manda sms de boa noite. Odeio suas risadas doces dadas ao lado de outras garotas e de como elas te acham simpático. Odeio ouvir você dizer que somos apenas grandes amigos e odeio mais ainda quando você me beija e este diz o contrario, mas, meu maior ódio é não conseguir te odiar. Almejo esse sentimento, pois assim eu poderei tirar aquele dia de inverno da minha mente e você será um passado sem muita significância pra mim. Por isso peço um gesto que possa aflorar esse novo sentimento em meu coração. Deixe-me livre dessa aflição que é amar quem não me ama.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Roda Gigante

O mundo não gira em torno de mim e muito menos de você, mas as voltas que ele dá ao redor de nós parecem eternas torturas comandadas por uma mente doentia, só não sei se é a minha ou a sua.
Procuro saídas, dessa roda gigante, nas lacunas de minha sanidade e felicidades esquecidas num trecho remoto da minha vida, mas me vejo em um imenso labirinto. Paredes e direções que você desenhou para minha infelicidade. Projeto arquitetônico de pura maldade e insanidade, desfigurado por um sentimento que você jurou sentir, mas nunca me provou que ele existia. Você apenas insinuou que o céu dentro desses caminhos sem saída era mais límpido e azul, e eu na minha inocência acreditei em você e agora choro sozinha procurando sair desse mundo.
Talvez eu morra dentro dele, escutando o eco da minha voz e lembrando todas as mentiras que você contou e eu acreditei. Relembrando o momento exato que você ergueu sua mão pra mim e disse que me tiraria daquela escuridão. Eu imaginei que isso iria realmente acontecer, mas você foi traçando as linhas dessa emboscada com palavras e atos insólitos e quando percebi estava deitada sobre meu pranto.

O mundo nunca girou em torno de nós, porque nunca houve nós, somente sua vontade psicótica de me destruir. Você ainda não conseguiu e talvez nunca conseguirá, pois se eu achar uma saída a sua insanidade será mínima perto do meu ódio. E meu ódio, ao contrario do amor que você dizia sentir por mim, existe, e ele é mortal.