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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Poeiras

Tudo mudou, tudo mesmo. É tão estranho olhar pra trás e ver como o passado parece estar tão distante da minha ‘nova’ realidade.
Me martirizo por ter sido tão idiota em milhares de aspectos, isso inclui decisões, pessoas e eu.
Deveria ter decidido por mim em primeiro lugar, vivido o meu mundo e não um ou talvez dois alheios. O tempo passou e agora eu fico a chorar por sonhos não realizados e pelos perdidos. Eu perdi minha autoconfiança, meu carro, meu ‘lugar’, minha grana alta mensal e com isso meu amor próprio se foi.

Lembra quando você dizia que eu só pensava em dinheiro?
Nossa como as coisas mudam não é? Agora que minha conta bancária tá negativa você faz questão de dizer o quanto de rios de dinheiro está ganhando e enche a boca pra dizer que agora é tudo na base da grana com você.
É, acho que eu sempre estive certa, mas agora vejo que essa certeza não é tão sólida. No mais te desejo todo o dinheiro do mundo, seja feliz e engula o termo ‘gananciosa’ que você pronunciou várias vezes.

Dinheiro não compra um monte de coisas, mas nos satisfaz e ajuda em quase todas. Enquanto eu tinha muito era rodeada de pessoas, agora essas pessoas desapareceram. Não há quase ninguém (pra não citar o ninguém sem acompanhamento do quase), então posso concluir que dinheiro ‘compra’ pessoas. Agora que não tenho muito, então não vou às compras humanais. Bizarro, mas verdadeiro!

Teve aquela pessoa também que dizia uma coisa e no fim se mostrou totalmente diferente. Hoje abomino tal ser, mas foi bom, aprendi a não confiar mais em ninguém que pensa ser inteligente e ter algum TP (siglas, eu amo elas). Isso significa que crianças (não só na idade de vida, mas mental também) estão fora da minha metragem de espaço.

Onde me encaixo nisso tudo? Nesse presente estranho não vejo espaço, talvez não pra mim, mas pra muita gente. Hoje prefiro morrer sozinha do que estar cercada por essa podridão do passado (sim, ainda me refiro aos humanos).

domingo, 4 de maio de 2008

Dor Invisível

Não me diga que vai ficar tudo bem. Que essas dores vão embora, ou que o dia de amanhã será melhor. Não diga o que todos dizem quando não sabem lidar com essas situações.
Meu cabelo já não é mais o mesmo e muito menos minha pele. Sinto dores, mas não são como as dores de cabeça que você toma um analgésico e passa. Essas só vão embora quando já me consumiram um pouco. Eu ando nas ruas ‘rezando’ para que uma crise não me consuma e as pessoas achem que sou uma louca.

Olho pra estas drogas e fico pensando até onde elas surtirão efeito e se surtirão. Penso também o que aconteceria se eu não as tomasse, será que a ausência seria pior que os efeitos colaterais? E se esses novos medicamentos que me roubam uma imensa grana todo mês não matarem o que existe aqui dentro, e eu ter que partir para os piores métodos?
Penso tanto que minha cabeça começa a girar numa rapidez que meu raciocínio não acompanha tanta informação. Talvez seja uma das causas dos ‘apagões’ que me assombram.

Algumas cenas de vários filmes começam a fazer sentido na minha vida real. Eu nunca me imaginei naquelas personagens, e agora estou aqui olhando para mim e enxergando cada ‘marca’ de toda essa desgraça.
Mas isso aqui não é ficção e não terá um fim lindo ou até mesmo trágico, onde você chora quando as letrinhas começam a subir, mas sabe que a pessoa que o interpretou está andando por aí com seus carrões e fama.

Eu não quero dinheiro, fama, carros importados e muito menos ficção, eu quero apenas ter tempo pra ser feliz, mas de uma forma saudável. Não quero colocar ninguém ao meu lado para sofrer junto comigo.
Quero sair sem me preocupar com o que pode acontecer de ruim, fazer tudo que as pessoas normais fazem. Eu sou normal, só minhas células que não são.


Me chamo Ana Vitória, tenho 23 anos e espero conseguir uma vitória contra o câncer. Quero viver uma vida comigo!!!