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segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Renascer!

Sentia cada gota de chuva tocando meu corpo. Meus pés deslizavam suavemente pela grama. De olhos fechados e braços abertos, eu podia sentir a minha alma ficar mais leve a cada toque suave da mãe natureza em meu corpo. Minha mente esvazia aos poucos e as batidas do meu coração tornam-se a cada segundo mais sutis.
As lembranças de uma infância em um passado distante rodeiam o habitat, dissipando juntamente com o vento.
Abro os olhos e vejo as flores dançarem em um ‘ritmo único’, ao som da chuva acompanhada do vento. Cada uma com sua beleza e tonicidade encantam meus olhos, fazendo meus lábios desenharem um belo sorriso.
Aprecio o cenário daquela tarde de outono com um olhar ingênuo. Como se toda àquela pintura fosse novidade para as minhas lembranças.

Vejo-me com dez anos de idade, correndo atrás das borboletas multicoloridas que delicadamente pousam na imensa variedade de flores. Eu me imaginava um ser alado e tentava imitar os movimentos daquela variedade de asas, enquanto as pétalas eram levadas ao longe pelo sopro do vento.
Volto ao meu corpo amadurecido que já tem a consciência de que não pode ser Alado, mas que brinca novamente de Bem-me-Quer com uma margarida. A chuva deixa as pétalas pesadas, mas não desisto da cena registrada em minha mente. O vento não pode levá-las, por isso deixo-as deslizarem pelas minhas mãos até tocarem o chão.

A noite começa pedir licença para os raios solares. È hora de despedir daquela obra-prima. Suspiro e solto um grito, uma mistura de alegria, dor e saudades. Assim deixo registrada minha presença e volto caminhando para a realidade. Carrego o meu corpo molhado e uma alma mais leve. Deixo plantada naquela terra o peso de uma existência.

Uma canção acompanha o despir de minha veste.
Com minhas asas multicoloridas abandono o casulo. Com a ajuda da natureza deixo de ser uma lagarta aprisionada para transformar-me num lindo Ser Alado.
Agora sou livre, pronta para viver uma nova vida.

6 comentários:

Anônimo disse...

O primeiro post sempre tem que ser. eu reivindico isso.

Espero que a nova vida dessa maravilhosa borboleta perdure por muito mais tempo que a de uma borboleta 'normal'.

Tirorilola...heuaeehuehueh
Isso não saiu da minha cabeça e a culpa é sua.

Nem preciso dizer que o realismo de seu texto é magnífico, hein, hein?

Amu tu pequena

Anônimo disse...

Lindo. Nossa, lindo mesmo...cheguei a me sentir bem mais leve.

Acho que também vou tomar um banho de chuva.

=*

Anônimo disse...

Sutileza e simplicidade, eis os ingredientes desse conto.
Sinto-me também mais leve após saborear tais palavras.
Parabéns!

Joeydim disse...

nusss que lindo e ao mesmo tempo forte ....

Unknown disse...

=D
Se vc pudesse ver o sorriso e a alegria que esse texto me deu...
Ah, danone! Fico tão feliz ao ler essas palavras suas! =D
Fiquei até sem palavras!

Adoro vc, danone!

Bjos! =D

Anônimo disse...

Lembrei do começo de minha vida sem mim!

pq será?
alma!